Fechado na mentira do teu corpo,
Mãe:
Submerso em lodaçal…
Traição de vidas a dormir em paz,
Amores cegos de destinos sem verdade.
Sois vós.
Um fel negro, apunhalante, se rasga
Desfeito em riscos cruéis
A gargalhar liberdades…
Sois vós.
Vidas rasgadas na floração,
Beijadas de escarros e podridão…
Somos nós.
E o sangue a bramir
Nas veias acesas, em convulsões de desejos,
Gestos de loucura, sangrentos,
Sois vós.
E há corpos a marulhar
Como lavas de vulcão
Que a terra negra vomita…
Somos nós.
Ondas de mares revoltos
A esfarraparem-se, doidas,
Nas areias escaldantes
Das vossas praias de sombra e de noite…
Somos nós.
Morrerá a nossa vida;
Nascerá a vossa angústia.
Partirão lemes e asas em nós.
Ficarão correntes de aço em fúria
E turbilhões de remorsos em vós.
( anónimo)
sábado, outubro 28, 2006
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